segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A constatação do óbvio!


A cada semana que começa renova-se em mim aquele sentimento a que não consigo dar expressão de forma singular ou com economia de palavras e que se traduz, as mais das vezes, num pensamento que me vem sempre (ou quase sempre) num mix de português e inglês (certamente influência da Dayse) e que é "Fuuuuuuuu#"%$$#####k! Cá vamos nós outra vez!". 
Sim, eu sei que este é um sentimento que assalta 97,34% da população trabalhadora, mas mesmo assim eu acho que merece ser partilhado e falado, como todas as coisas que são evidentes e das quais as pessoas mesmo assim sentem necessidade de falar, ou seja, aquilo a que eu chamo "a constatação do óbvio"!
A "constatação do óbvio" é um fenómeno que assalta de forma generalizada toda a gente, seja diária ou esporadicamente e em qualquer fase das suas vidas. Há pessoas que abusam dela consciente e inconscientemente e há pessoas que o fazem apenas por necessidade. É o que se passa, por exemplo, quando falamos do tempo. 
Quem é que nunca se viu enfiado num elevador com um vizinho e deu por si a ter aquela conversa sobre o estado do tempo só para não ter de partilhar um silêncio constrangedor? Sim! Constatando o óbvio, quem é que nunca se viu metido num debate sobre o bom tempo que tem feito ou a chuva torrencial que tem caído? É inevitável! Ninguém espera retirar nada deste tipo de conversas, mas toda a gente as tem.
O mesmo se passa quando encontramos uma  amiga que não vemos há algum tempo com o filho e dizemos muito espantadas que a criança está enorme! É óbvio... elas não param de crescer só porque nós não as vemos! Ou quando perguntamos a uma amiga com um sacos de lojas de roupa nos saldos se  ela comprou alguma coisa nova...não, anda só a passear sacos!
É claro que há quem abuse da constatação do óbvio, como o Pessoa, por exemplo. Sim, o Pessoa é aquela pessoa (hum...um nadinha pleonástico, não?) que quando lhe dão o menu num restaurante se vira para o empregado e pergunta: "Ah! Este é vosso menu?"... o que me irrita solenemente (e imagino que ao empregado também) e me faz rosnar-lhe "Não! É uma lista de sofás só para te entreteres enquanto esperas pela comida!". Ou então (e isto eu juro que é sempre, nunca falha) quando ele vê a lista das bebidas e pergunta ao empregado: "Estas são todas a cervejas que têm?"... o que me irrita ainda mais solenemente e me faz rosnar-lhe: "Não! Temos mais, mas estão escondidas à espera que os clientes perguntem por elas!".
Sabem que mais? Obviamente irrita-me este abuso da constatação do óbvio!
Hunf, vou trabalhar...

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