quinta-feira, 23 de outubro de 2014

As palavras que nunca direi...

Há alturas na minha vida em que eu sinto necessidade de palavras que não existem! Palavras que na minha cabeça e na minha existência fazem falta e se adequam a situações do dia a dia do mundo em geral e da minha vidinha em particular, mas que infelizmente não existem no nosso vasto léxico. Lá está! A nossa Língua tem uma infinidade de palavras que ninguém usa e que, no fundo, não fazem falta e, ao mesmo tempo, uma escassez de outras que seriam tão úteis...
Sim! Quem, em sã consciência, é que usa palavras como rebu? Sim, rebu! "Ui! Foi um rebu que nem imaginam! Que grande rebu que para aqui vai!" Ou resilir? Sim, por amor da freira (como diria a Bat), quem é que diz: "Joãozinho! Resile já para o chão senão a mãe dá-te uma lambada!". Não dá. minha gente! Não dá! É que como estas há milhares de palavras na nossa Língua que estão completamente novas ou praticamente por estrear e até mesmo embrulhadas no vácuo de centenas e centenas de anos de evolução linguística sem que ninguém lhes dê uso ou, simplesmente, dê por elas! Uau, isto foi bonito, não foi?
Bom, mas o que interessa é que, paralela a esta, há toda uma realidade estéril  de vocábulos que seriam usáveis, úteis e necessários, mas que está votada ao niilismo lexical (hoje ninguém me segura!)!
Que palavras? Que palavras, perguntam vocês!
Palavras como textículo, com x! E não, não tem nada a ver com as partes baixas masculinas, mas sim com a necessidade de ter uma palavra para referir  um pequeno texto sem grande importância. É que textozinho ou textozito não dão tanto jeito e têm o seu quê de pejorativo. Textículo não! Textículo transmite a medida exacta de um texto de dimensões reduzidas, mas não afecta a qualidade do seu conteúdo!
Outra palavra que também dá muito jeito é blheca (esta é da autoria da Princesa Leya). Blheca está ali naquele limbo entre a palavra e a interjeição, porque é demasiado longa para ser interjeição, mas demasiado onomatopeica para não o ser! Quem é que nunca olhou para uma coisa asquerosa e sentiu que "Que nojo!" não era suficiente? Que não expressava verdadeiramente o grau de asco e repugnância despertado? Lá está! Um "blheca" bem esgalhado lavaria a alma nessas situações!
E já que aqui estamos, porque não oficializar outras que são já de uso geral? Como "truca-truca" para significar fofinha e pudicamente sexo, "monelhos" para significar  uma vasta quantidade ou mesmo "descavar" quando se pretende dar um cunho emotivo a uma escavação!
Enfim! Palavras que nunca direi com reconhecida propriedade...


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